PERSEVERANÇA
OU ROTINA?
Segunda-feira, temos estudo bíblico para
aqueles que desejam se aperfeiçoar mais nas Escrituras. Quarta-feira é o culto
de oração. As senhoras oram nas quintas. Sábado, há programação de jovens,
crianças, e em alguns deles os casais se reúnem também. Não podemos esquecer o
domingo, onde a igreja se encontra em peso na Escola Bíblica Dominical e no
culto vespertino de adoração. Esta rotina te lembra algo? É isso mesmo, nossa
vida cristã congregacional que está escrita nos avisos do boletim de cada semana.
Não sei se você percebeu, mas há poucos
momentos para a família se reunir nesta semana. Os casais, normalmente,
trabalham manhã e noite. As crianças estudam neste mesmo horário, e os jovens,
quando não estudam pela manhã o fazem à noite. A rotina é tão sufocante que
quando uma família se encontra em casa, cada um quer relaxar ou dormir (exceto
crianças e jovens). Além, da rotina imposta pelo sistema societal em que vivemos,
temos a rotina da igreja que também pesa sobre nós. Não é verdade? Ou você
nunca pensou nisso? Sei que já observou e até, mentalmente, criticou tal
rotina.
O objetivo aqui com estas palavras não é
reduzir nossos momentos de comunhão na igreja. De modo nenhum. Muito, menos,
criticá-lo. Mas, o alvo é mostrar que a rotina não é o mesmo que a perseverança
na vida cristã.
O fato de você (ou eu) estar participando
de todos os eventos da igreja, necessariamente, não implica em fidelidade a
Deus. Isso só remete a uma prática rotineira. Temos o costume de confundir as
duas coisas. Para ilustrar, medite nesta breve história.
“Certo discípulo de Jesus era muito
prestativo e estava sempre em sua companhia. Era piedoso, pois se importava com
os pobres (Jo 12.5); era carinhoso, visto que tratava seu Mestre com beijos (Mt
26.49). Tinha um cargo de imensa responsabilidade na comunidade, era
tesoureiro, um homem de confiança (Mt 12.6). Estava presente nos momentos da
ceia (Jo 13.2), e ao contrário de outro irmão mais esquentado, este discípulo
aparentava ser humilde e obediente (Jo 13.6-9). Certa vez, quando decepcionou
Jesus, ficou tão triste e sentiu um remorso tão grande (Mt 27.3) que pôs fim a
sua própria vida (Mt 27.5)”.
Você já sabe quem é este discípulo? Isso
mesmo; é Judas Iscariotes, o traidor. Ele seguia uma rotina religiosa tão
impecável que ninguém percebera suas intenções de trair o Salvador (Jo
13.26-28). No momento da ceia, após o lavatório dos pés, Pedro pediu para João
perguntar a Jesus quem era o traidor. O Mestre respondeu a pergunta dando um
pedaço de pão molhado a Judas. Mas, nem mesmo assim, eles perceberam que era
Judas. A sua postura de um homem religioso, que seguia a rotina a risca,
ofuscou a percepção dos discípulos para identificar o traidor.
Podemos estar seguindo a rotina da nossa
igreja, e mesmo assim não estarmos perseverando. Persevera aquele que de
coração limpo e sem fingimento lê a Palavra, medita e reflete nela, e busca com
todas as suas forças (dependendo do Espírito Santo) seguir em obediência e
fidelidade ao Salvador, diariamente. Estar com a família e na igreja torna-se o
prazer, e não um fardo.
As atividades de adoração da igreja
(muitas vezes chamadas de “programações”), ou seja, os cultos, são para a
glória de Deus quando as praticamos de corações limpos. Por isso, Jesus falou: “Bem-aventurados os limpos de
coração, porque verão a Deus” (Mt 5.8). Se não estamos vendo a Deus nos cultos
é porque, provavelmente, caímos na rotina.
Pr. Valney Veras - IBR Manancial
https://www.facebook.com/mocidadesbatistas.regulares
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